Como seres racionais, em geral temos a tendência de acreditar que boa parte das nossas decisões partem de análises lógicas e calculadas.
Porém, se você olhar para trás e analisar diversos momentos muito importantes em sua trajetória pessoal e profissional, os quais chamo de verdadeiros ‘’trevos”, certamente muitos deles parecerão não ter sido planejados. E, sim, frutos do acaso, da sorte ou da chamada serendipidade.
Seria esse um bom motivo para, então, deixarmos de planejar nossas ações e simplesmente esperar que as coisas sejam melhores amanhã do que foram hoje? Não! A resposta para essa pergunta é exatamente o contrário.
‘’O acaso favorece apenas as mentes preparadas’’ – Louis Pasteur
É aqui que entra a serendipidade, um termo difícil de pronunciar, mas muito usado para descrever, sobretudo, descobertas que, aparentemente, aconteceram sem querer.
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Inclusive, os exemplos de serendipidade são inúmeros: penicilina, radioatividade, micro-ondas, raio X, marcapasso, sacarina, insulina e teflon, isso citando apenas alguns.
E o que existe em comum em todos esses casos? Alguém preparado e obstinado que realizou algo revolucionário, mas com um desfecho diferente do imaginado no ponto de partida.
É mais ou menos o que acontece quando você planeja uma viagem. Mesmo com todo o preparo feito por meio de pesquisas, vídeos na internet, guias e conversas com outros viajantes que já se aventuraram naquele destino, um dos pontos altos no roteiro é o encontro com o que não foi planejado.
Talvez um restaurante que você resolveu entrar porque começou a chover, uma paisagem deslumbrante que não estava programada ou uma conversa com um desconhecido que marcou sua vida. O que também pode acontecer nos negócios.
A serendipidade no ambiente corporativo
Construir uma empresa inovadora é como uma viagem. Mesmo com todo o preparo acadêmico e experiências adquiridas em empreitadas passadas, cada etapa é uma fase inédita.
Como o mundo muda, a tecnologia muda, as pessoas mudam e o comportamento do consumidor também muda, fica impossível planejar tudo. Por isso, é importante estar ciente que muita coisa deverá ser adaptada e aprendida durante a jornada.
E o que ajuda a tornar esse processo mais fácil? O mesmo espírito aventureiro dos viajantes, que é uma das forças motrizes para a criatividade e inovação.
Claro que ter um planejamento é fundamental para alinhar objetivos, ações e resultados. Porém, saber que nem tudo pode ser antevisto de forma cartesiana é ainda mais imprescindível para conseguir agir e evoluir de maneira cada vez mais eficiente e rápida.
E para potencializar essas chances…
Agora, uma pergunta é fato: será que tem como aumentar as chances de conseguir essas doses do que muitos vão chamar de sorte? Eu te respondo: sim! Só que para tanto precisamos reconhecer a serendipidade, o poder das conexões e eventos além do que conhecemos hoje, que podem transformar o nosso amanhã.
Cabe lembrar aqui que também precisamos de movimento. A paisagem deslumbrante só ‘’aparece’’ para quem sai de casa. Por isso, acredito na força das viagens, dos cursos, das conexões e das pessoas.
Apenas quando somos expostos a novas referências e conversas é que aumentamos as chances de ‘’esbarrar’’ com as peças que faltavam no quebra-cabeça. Afinal, se ficarmos repetindo os métodos do passado teimosamente, muitas vezes ficaremos fadados a atingir os mesmos resultados.
Nesse sentido, claro que apenas poderemos aproveitar essas oportunidades com o devido preparo. De nada adianta dar de cara com um personagem incrível e a conversa não fluir por falta de repertório. Não basta estar na hora certa e no lugar certo, é preciso também estar preparado.
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Sendo assim, invista, arrisque e compreenda que a serendipidade é uma grande alavanca para a inovação e que apenas com novas referências seremos capazes de elaborar novas respostas.
Até porque, como diria um dos principais pensadores de negócios da atualidade, Gary Hamel, ‘’o fato para inventar e inovar modelos de negócios muitas vezes é, principalmente, uma questão de serendipidade’’.
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Arthur Igreja
Arthur Igreja é um dos grandes especialistas em inovação e transformação digital do mercado brasileiro. É escritor (autor da obra “Conveniência é o Nome do Negócio”) co-fundador da plataforma AAA e palestrante internacional (TEDx Speaker). Seus conteúdos patrocinados pela Fortics estão disponíveis nos seus canais do Instagram, Open Spotify e Linkedin.